domingo, 21 de setembro de 2008

Onde Estará meu Gostar..

Ricardo Carvalho:


"...Não sei o que quer, nem o que te trouxe até mim.
Não sei o que sabe, nem menos o que pensa enfim.
Não sei onde andas, nem ao menos com quem.
Não sei por menores, nem das paixões que sente por alguém.
No momento bem triste, em que por aí anda a viver.
No momento mais triste, que me prende o olhar em ti a pensar.
Na idéia a audácia.
Na vida a inércia.
No sonho você
Na vida sozinho.
Será tão simples assim.
Será tão grande maior.
Será tão forte talvez.
Será tão fraco, não sei.
De tanto não sei, de tanto será, imagino onde estará...
De tanto não sei, de tanto será, me despeço a gostar..."



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sábado, 20 de setembro de 2008

E a sua História?

Dr. Cardoso



...Certo dia em um povoado muito distante chegou ao cair da noite um “velho moço” que ninguém o conhecia. Ele usava trajes estranhos pra época e andava de maneira esquisita, tinha seu olhar distante e falava muito pouco, se detinha a pequenas afirmações e a observar a rotina da pequena cidade.
Ninguém sabia seu nome e nem ele desejava que descobrissem, era um moço franzino e todos achavam que teria passado por grave doença. Contentou-se com o pequeno quartinho que lhe fora oferecido nos fundos da igreja da cidade, onde passava dias e dias a escrever. Quando interrompido pestanejava e dizia que estava ocupado, não desejava que atrapalhassem seus escritos para a posteridade. Por vezes aos domingos, logo após a missa, ele se animava e como num estalo contava belas e intermináveis histórias, passagens por terras distantes e feitos de grandes heróis. Contava de cavaleiros e aventuras, de revoluções e batalhas, de reis e princesas. Sorria, gesticulava, fazia de suas histórias a sua profissão.
Quando o povoado começava a questionar-lhe sobre quem era ele? Da onde vinha? Que fazia por ali? Ele se calava e tratava de terminar suas histórias e voltar ao seu silêncio, se retirava e por dias não falava com ninguém. Com o passar do tempo o “velho moço” passou a ser figura marcante das manhãs de domingo e o povo até já se acostumara com a sua presença. Ele tinha se tornado rotina da pequena cidade.
Percebendo isso afirmou que chegava sua hora, assim como o trem, o tempo e o vento, ele necessitava seguir, não podia parar ou se deter em apenas uma cidade... O Povo ficou triste, insistiam para que ficasse, pois gostavam de suas histórias, pediam a ele o que fariam das manhãs de domingo que aguardavam ansiosamente para escutar de suas andanças e lhes falar do mundo lá fora.
O “velho Moço”, não pestanejou. No domingo logo cedo todos estavam a sua espera, imaginavam que ele poderia se arrepender e quisesse ficar mais um tempo. O “velho moço” chegou silencioso, com o mesmo olhar de quando havia chegado na cidade anos atrás. E logo, sem rodeios, começou a falar muito calmo, para que todos o entendessem:

“...É estranho observar vossos hábitos, sua rotina, padecem muitas vezes a seus horários restritos e que não os permitem viver. O pior de tudo isso é que vós mesmos percebem sua situação e pouco fazem para mudar. Eu gostaria que analisassem sua própria vida... Imaginem o seguinte: você faz muitas coisas, tem muitos planos e para tanto, necessita seguir a risca sua rotina, querendo ou não...”

Todos concordaram, e o “velho moço” continuou...

“... mas eu insisto e pergunto a vocês, POR QUÊ? Pensem em tudo que faz parte de seu dia-dia e em seguida acrescentem um, POR QUÊ?
As vezes é bom repensar os vossos Pq’s, para não sofrer quando finalmente perceberem que vosso tempo é curto e vossa vida mais curta ainda. Nossa história exige respostas... Chega de enrolação em vosso dia-dia, em vossa vida... chega de enrolação... pois vocês podem enganar a todo mundo, menos a si próprios”

O “velho moço” virou as costas sem ao menos dizer adeus, caminhando lento e calmo foi sumindo na estrada...




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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Repente do João (2)

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Eugênio Salles:

"...Porta adentro João entrava, e seus verso já largou:'...Cidade pequena dá-se nome interior, mas de pequena não tem nada, tirando pouco numero de morador, nessas banda se faz verso e rima, homem grande é Deus, nosso senhor, a porta é nossa serventia dos pampa, se sirva e vá-se embora seu cantador...'
Homem grande ficou arfoado, do balcão se desincostou, disse alto e de soslaio desfazendo do caboclo rimador: '...Esse cabra de farinha, nem cuidado ele tomou, chego fazendo promessa, nem de bala se cuidou, canta verso e faz suas rima se achando superior. Se faz de homem letrado e nem diploma conquistou, aqui eu lhes apresento, o homem grande das leis, um juiz, vosso doutor...'
Caboclo João ficou atissado, boca seca lhe causou, não sabia que o moço era bom, mais bom que ele calculou. Nem por isso deu de ré, pelo contrário se animou, penso consigo mesmo, agora é que eu te mostro com qual cabra tu se enfio, disse firme e sem retoço, pra qualquer um que duvidou: ”se das rimas dessa vida, nenhum estudo me possibilitou, nem mesmo que eu acredite que sem estudo um caboclo eu sou, meus estudo não tem fonte, nem tão pouco professor, meus estudo vem de dentro, de quem com garra conquistou. Grande coisa seu doutor, se achar bom cantador, desafiava quem lhe convém, sem ao menos lhe dar valor, meu buraco é mais embaixo, nunca pedi arrego e nessa banda caboclo nenhum com medo de bicho se esquivou, volta pra cidade, volta seu cantador, lá de onde saiu e de quem você acha que tudo conquistou.
Doutorzinho ficou sismado, do chão a cara buscou, penso rima buscou versos, mas de jeito nenhum se encorajou. Deu de manso e de fininho e num canto se acovardou, percebeu que tudo aquilo, a resposta do caboclo João, era coisa que nunca pensou, tinha tudo que queria, nunca aquilo imaginou, tinha certeza no seu diploma, e no dinehrio que conquistou. daquilo tudo percebeu, que podia buscar muito, e tudo ser provador, mas não podia comprar aquilo que se ganha com louvor. nesse ponto inica explicação, foi falando rimadinho que Queria enfrentar caboclo João, pra na rima ser vencedor, enfrentando tudo e todos pra provar que era grande lutador, pois buscava no canto um remanso de uma coisa que nunca, jamais conquistou, o amor de Mariana, moça linda, a mais bela, pura flor. Queria ele deixar de ser arrogante, o mais arrogante doutor, sair gritando bem alto, dizendo que seja como sempre for, mas seja pra sempre Mariana, meu infinito e maior AMOR..."



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...Somos NÓS, todos juntos no BURACO...


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terça-feira, 16 de setembro de 2008

O Repente Do João...(1)

-Eugênio Salles:
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"...João era caboclo honesto, fiel e trabalhador, nascido no fim do mundo, no fim do mundo se criou. Sua noticia era de rádio e transporte de cavalo marchador. Quando moço logo tudo realizou, queria sair de casa e sua própria terra ele comprou. Derepente um casamento, João Firmino se arranjou...
Caso com a Teresa, pensando nos filho e em vê eles doutor...
João não era letrado e nem diploma um dia almejou, tinha na enxada o sustento e no mundo o professor.
Queria pouca coisa, João pouco sonhou, sonhou com vida boa, vida boa alcançou, a filharada reunida e prosa boa João lutou e conquistou...
Que mais queria o homem?
Sucesso? Era coisa pra cantor..
Dinheiro? Era coisa pra doutor..
E futuro é Deus quem manda, e ele João nunca desafiou..
João mesmo era atiçado, briga boa sempre gostou, mas nunca mexeu com arma, pois nunca dela precisou. Seus “talher” João mostrava, quando o desafio era sem pudor, fazia verso de improviso desafiando os cantador.
Certo dia lá no fundo homem de estatura grande por se chegou, dizia ele de causo e prosa, verso e rima fazedor. Terno branco engomado,atiçava as moças novas, dava risada galanteador... Fazia verso pra Maria, Joaninha e dona flor, dizia todas belas e beijinhos até jogando arriscou...
Da entrada da policia, até com aquilo o grande homem se invocou, mando baixa uma pura e com o guarda brincou: “...Caboclo macho, não se diz macho, se dessa pura nunca tomou, sirva pura pro seu guarda e vejamos se por ser macho ele guarda virou...”
Na bodega do seu Chico tudo mundo se aprumo. Seu Chico, alto e ligeiro, do canto do balcão gritou:"...mande chama João, dessas bandas o senhor, conta causo, faz verso e rima, muito melhor que o homem grande que se diz cantador..."

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Da noticia do homem grande, João logo sentiu o cheiro e notou, fez causo que de conta nunca quis enfrentar doutor, via neles a malícia de quem nunca na enxada pegou.
Mas da insistência dos caboclo, vizinho, tio, tia, filho, esposa, dos muleques e dos trabalhador, tinha que se dá um fim pro grande homem cantador, que desfeita era aquela de se achar o rimador, na terra de João tomava o posto, sem fazer de João seu desafiador...
João saiu estrada afora, e nas rimas nem penso, tinha raiva do vivente que ali o desafiou, chamando João de frouxo com pouco caso lhe julgou..."

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(VOLTAREMOS...)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A Madrugada..

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RICARDO CARVALHO:


"...Sei fazer versinhos tolos de um romance que irradia.
Mas não sei traduzir poemas nem cantar as melodias, sei amar a cada passo e fazer sua alegria. Sei contar os meus momentos e paradas de harmonia.
Não sei curar do ferimento, de doer por ousadia.
Mas falar de minhas paixões, nem tão simples seria.
No momento dói por dentro, mas amanha já prenuncia.
Um amar que vem de dentro, seu olhar que se elogia.
E então a história do começo, sem duvidas nem afirmação.
Um sentimento do coração quase menino, de um sonho por sua própria realidade.
Nem flores nem pétalas, mas de amor que desperta do profundo.
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Meu plano triste e pálido foi ao chão, quando a palavra dela tocou a emoção.
Na madrugada meus versos explodiram, e seu sono flutuou.
Leve e calma surge a inspiração, Te vendo nascer do simples, doendo sentir paixão.
Te conhecendo sem nem tocar, gostando sem nem perceber.
Temendo por te ver e sofrendo não esquecer.
Com medo de seu olhar por certeza de se perder.
Levanta meu sentido, acalenta minha emoção.
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Nesse momento desperta o seu Sol e distancia a minha Lua.
Vai levando no embalo meu sonho feliz triste, sem querer, sem saber, sem nem pedir.
Resta a duvida da certeza, se um sonho aqui pairou, ou meu mundo viajou.
Te deixo apenas uma frase, de lembrança ou provação.
Seja como for, mas seja sempre o meu amor...
Srtª de minha madrugada..."



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sábado, 13 de setembro de 2008

ELEIÇÕES 2008..

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..Doutor Cardoso:

"....O candidato a reeleição se considera o mais EMPOLGANTE, pois é ele o senhor das obras e feitos inéditos na administração da cidade..

A oposição rebate fervorosa, prega a mudança como fonte de renovação e se diz a EMPOLGANTE transformação do futuro do município...
E assim, de mais a mais, está formado aquele tradicional debate em torno das mais EMPOLGANTES propostas de cada postulante ao cargo..
O que todos os candidatos a representantes dessa eleição esquecem, é que, de EMPOLGANTE, essa eleição não tem é quase nada..."


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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O BuracoO

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Nasce Hoje o Buraco mais famoso e modesto de todos os tempos..


“O Buraco” divulga os escritos poucos conhecidos de autores menos conhecidos ainda. São eles:

DOUTOR CARDOSO: O analista, homem maduro e que procura retratar em seus comentários, a experiência de quem já viveu quase 70 anos na Terra. Revolucionário mal-sucedido, que por ironia do destino e necessidade econômica, tornou-se analista político.

EUGÊNIO SALLES: O ingênuo inconformado. Escreve suas críticas voltadas para a sociedade moderna, dizendo ser ela um antro de ambições, totalmente desvirtuada dos preceitos cristãos.

RICARDO CARVALHO: O Jovial e sedutor escritor das madrugadas, boêmio e apaixonado, seguidor dos amores impossíveis e das paixões perigosas. Diz carregar em seu peito o maior segredo de todos os tempos, capaz de conquistar qualquer mulher.



Nossa única certeza é de que, podemos estar no BuracoO, mas jamais seremos enterrados...


...Somos NÓS, todos juntos no BURACO...


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