quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Repente do João (2)

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Eugênio Salles:

"...Porta adentro João entrava, e seus verso já largou:'...Cidade pequena dá-se nome interior, mas de pequena não tem nada, tirando pouco numero de morador, nessas banda se faz verso e rima, homem grande é Deus, nosso senhor, a porta é nossa serventia dos pampa, se sirva e vá-se embora seu cantador...'
Homem grande ficou arfoado, do balcão se desincostou, disse alto e de soslaio desfazendo do caboclo rimador: '...Esse cabra de farinha, nem cuidado ele tomou, chego fazendo promessa, nem de bala se cuidou, canta verso e faz suas rima se achando superior. Se faz de homem letrado e nem diploma conquistou, aqui eu lhes apresento, o homem grande das leis, um juiz, vosso doutor...'
Caboclo João ficou atissado, boca seca lhe causou, não sabia que o moço era bom, mais bom que ele calculou. Nem por isso deu de ré, pelo contrário se animou, penso consigo mesmo, agora é que eu te mostro com qual cabra tu se enfio, disse firme e sem retoço, pra qualquer um que duvidou: ”se das rimas dessa vida, nenhum estudo me possibilitou, nem mesmo que eu acredite que sem estudo um caboclo eu sou, meus estudo não tem fonte, nem tão pouco professor, meus estudo vem de dentro, de quem com garra conquistou. Grande coisa seu doutor, se achar bom cantador, desafiava quem lhe convém, sem ao menos lhe dar valor, meu buraco é mais embaixo, nunca pedi arrego e nessa banda caboclo nenhum com medo de bicho se esquivou, volta pra cidade, volta seu cantador, lá de onde saiu e de quem você acha que tudo conquistou.
Doutorzinho ficou sismado, do chão a cara buscou, penso rima buscou versos, mas de jeito nenhum se encorajou. Deu de manso e de fininho e num canto se acovardou, percebeu que tudo aquilo, a resposta do caboclo João, era coisa que nunca pensou, tinha tudo que queria, nunca aquilo imaginou, tinha certeza no seu diploma, e no dinehrio que conquistou. daquilo tudo percebeu, que podia buscar muito, e tudo ser provador, mas não podia comprar aquilo que se ganha com louvor. nesse ponto inica explicação, foi falando rimadinho que Queria enfrentar caboclo João, pra na rima ser vencedor, enfrentando tudo e todos pra provar que era grande lutador, pois buscava no canto um remanso de uma coisa que nunca, jamais conquistou, o amor de Mariana, moça linda, a mais bela, pura flor. Queria ele deixar de ser arrogante, o mais arrogante doutor, sair gritando bem alto, dizendo que seja como sempre for, mas seja pra sempre Mariana, meu infinito e maior AMOR..."



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...Somos NÓS, todos juntos no BURACO...


__( Voltaremos..)

Um comentário:

Jean Matheo Piccini Lago disse...

Marianas, Marianas.
Sempre nos conquistam essas Marianas.