terça-feira, 16 de setembro de 2008

O Repente Do João...(1)

-Eugênio Salles:
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"...João era caboclo honesto, fiel e trabalhador, nascido no fim do mundo, no fim do mundo se criou. Sua noticia era de rádio e transporte de cavalo marchador. Quando moço logo tudo realizou, queria sair de casa e sua própria terra ele comprou. Derepente um casamento, João Firmino se arranjou...
Caso com a Teresa, pensando nos filho e em vê eles doutor...
João não era letrado e nem diploma um dia almejou, tinha na enxada o sustento e no mundo o professor.
Queria pouca coisa, João pouco sonhou, sonhou com vida boa, vida boa alcançou, a filharada reunida e prosa boa João lutou e conquistou...
Que mais queria o homem?
Sucesso? Era coisa pra cantor..
Dinheiro? Era coisa pra doutor..
E futuro é Deus quem manda, e ele João nunca desafiou..
João mesmo era atiçado, briga boa sempre gostou, mas nunca mexeu com arma, pois nunca dela precisou. Seus “talher” João mostrava, quando o desafio era sem pudor, fazia verso de improviso desafiando os cantador.
Certo dia lá no fundo homem de estatura grande por se chegou, dizia ele de causo e prosa, verso e rima fazedor. Terno branco engomado,atiçava as moças novas, dava risada galanteador... Fazia verso pra Maria, Joaninha e dona flor, dizia todas belas e beijinhos até jogando arriscou...
Da entrada da policia, até com aquilo o grande homem se invocou, mando baixa uma pura e com o guarda brincou: “...Caboclo macho, não se diz macho, se dessa pura nunca tomou, sirva pura pro seu guarda e vejamos se por ser macho ele guarda virou...”
Na bodega do seu Chico tudo mundo se aprumo. Seu Chico, alto e ligeiro, do canto do balcão gritou:"...mande chama João, dessas bandas o senhor, conta causo, faz verso e rima, muito melhor que o homem grande que se diz cantador..."

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Da noticia do homem grande, João logo sentiu o cheiro e notou, fez causo que de conta nunca quis enfrentar doutor, via neles a malícia de quem nunca na enxada pegou.
Mas da insistência dos caboclo, vizinho, tio, tia, filho, esposa, dos muleques e dos trabalhador, tinha que se dá um fim pro grande homem cantador, que desfeita era aquela de se achar o rimador, na terra de João tomava o posto, sem fazer de João seu desafiador...
João saiu estrada afora, e nas rimas nem penso, tinha raiva do vivente que ali o desafiou, chamando João de frouxo com pouco caso lhe julgou..."

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Somos NÓS, todos juntos no BURACO.


(VOLTAREMOS...)

2 comentários:

Luck Siqueira disse...

Bom! Muito bom mesmo!

Sucesso com o blog!!

Abraços!!

Jean Matheo Piccini Lago disse...

Realmente, muito bom!
E vejo um pouco de auto-retrato seu ai nessa históra.
iasheioahioease