quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Era uma vez...

Eugênio Salles.
Não! Essa história ainda será.
Eis que diante do árduo fardo de vivenciar férias, estava eu a deriva planejando tranquilidades, quando por acaso encontro-me atolado numa terrível tarefa de organizar meu simples espaço, que denomina-se, hora escritório, hora quarto, as vezes sala...
Numa dessas traquinagens de paralisar o compromisso, observando objetos antigos, dei por encontrado um livro, velho, mas quase novo por nunca ter sido lido.
Tive pena do livro. Triste escritor esquecido, seu livro datava de uma época distante, quase remota. É estranho perceber que ele não tivera sido deliciado, lembrado com prazer, revirado e folhado por alguém. De alguma forma me aproximei do camarada.
Ele tinha criatividade em seus escritos, sendo ele alguém que possivelmente vivia as andanças com suas próprias perguntas.
“...Aquilo que não vives, jamais poderá explicar, aquilo que não sonhas, jamais poderá compreender, aquilo que não compreendes, explicado estará...”
Falava de um mundo distante, próximo ao da carochinha, da terra do nunca, dos contos de fadas. Descreveu como um povo que vivia numa antiga era, quase impossível imaginar. Coisas absurdas, falava ele desse planeta distante.
"...Num lugar muito muito distante, vive alguém que não reconhece noticias de tão distante que é lá. É o lugar do tudo pronto, e noticias talvez nem precise se necessitar. Quando algo novo surge, já tem tempo de velho se tornar, é tudo tão rápido, que o rápido, atrasado é por lá.
Nesse mundo longe da terra, pouco se faz a não ser trabalhar. Trabalham por comida, porque sem comida ninguém pode trabalhar. Triste vício, círculo de seu rotinar.
Pouco se muda, nada se acrescenta por lá, é sempre o mesmo mundo, com poucas coisas a se ressaltar.
Não é um mundo parado, vivem as pompas das novidades que acabaram de inventar, chamam de tecnologia, antes de amanhã, sucata virar.
Existe ainda uma tal recompensa para quem estupidamente se esforçar, pena que quem trabalhava não saiba que a palavra recompensa deva significar. Dizem que é algo muito valioso e que sendo justos todos um dia vão ganhar, praguejam sobre uma tal economia, achando que basta simplesmente severidade em seu economizar, cortam suas despesas, afirmam que quem espera sempre alcança, não pestanejam para se beneficiar. Atropelam preceitos, fazem de sua vida um eterno lucrar. Lucram com tudo, achando que de tudo, ouro pode jorar, mas esquecem que a morte, não deixa ouro levar.
Nesse mundo bem distante, tem algo parecido com regras, semelhantes as que existem por cá, mas lá, diferente daqui quase nada funciona, depende muito de um tal sobrenome,poder de influência, e uma coisa estúpida, que apelidam de”prestigiar”. Quase dessa forma, criaram uma lei de maioria e assim escolhem quem deve governar... Dizem ser assim e assim sempre será por lá.
Tem ainda, uma coisa impossível de se imaginar. Os homens, se dizem melhores e todas a coisas vivem a coordenar. Mulher so ocupa alguns espaços, mas desde que seja espaço reservado para mulher, são os chamados espaços e “trabalho” de mulher.
Esse é o mundo distante, de carrochinhas, de fadas, todo de mentirinhas. Lá sim é a terra do nunca, e dificilmente em algo pode se acreditar. É muito longe de nosso espaço, e que as vezes de ET´s vivem a nos chamar, nos criticam por morar na lua e se acham superiores ao resto do sistema solar. Tem lugar melhor que morar na lua, alguém pode citar?"
Emavalda Raios - Lua, 4.675 A.T. (Antes da Terra)



Estranho perceber que alguém pode estar falando de você.

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